Menino Bruce

Vou começar esse texto com alguns trechos da música Cidadão Comum Refém do MV Bill:

“... chega a maldita polícia, chega a polícia o medo é geral; armado, fardado, carteira assinada, com ódio na cara, pronto para o mal... conseqüência do despreparo daqueles que eram para dar segurança, e ganham aumento por bravura quando tudo termina em matança. Refém do medo, guerreiro sendo guiado por Jesus, na escuridão, tentando, buscando achar uma luz... sempre foi assim, covardia até o fim... programado pra matar, pá pá, atira e depois vai perguntar se ele estudava ou se traficava, só sei que deitado no chão ele ta, o que gera revolta na cabeça da comunidade que é marginalizada pela sociedade, que se cala escondida no seu condomínio... 90% da população não anda de arma na mão e não confia na proteção...
...quando o ódio dominar não vai sobrar ninguém, o mal que você faz reflete em mim também, respeito é pra quem tem...”


Acho que todo mundo ta ligado no Caso do Menino Bruce. Quem assistiu qualquer jornal, nacional ou regional, por poucos minutos que seja nos últimos das ta sabendo a respeito do caso. Eu, vergonhosamente, não estava sabendo. Sou muito desligado, e pouco eu assisto televisão. Fiquei sabendo ontem através de um amigo, que estava revoltado com o caso; e me mandou um link de um vídeo gravado logo após o disparo do tiro. Assistir ao vídeo me deixou indignado, presenciar o desespero do pai do garoto é chocante e muito forte. Depois que vi o vídeo, fui ler a matéria sobre o caso. E resumidamente o que aconteceu foi o seguinte: o pai e o garoto estavam em uma moto (em movimento no trânsito) um guarda do ronda do quarteirão suspeitou dos dois (não me pergunte do quê ele suspeitou) e mandou eles encostarem, eles não pararam (já disse que eles estavam numa moto em movimento no trânsito?) e o guarda atirou; o tiro acertou o menino, que caiu da moto já morto.


Pronto, a história é essa. Um guarda, totalmente despreparado para qualquer tipo de abordagem, matou uma criança inocente, destruiu uma família. Coisa rara? Um caso único, pontual? Acho que não. Se qualquer pessoa for perguntada a cerca do trabalho dos guardas do ronda do quarteirão, o que elas vão responder em sua maioria é que as únicas abordagens que eles sabem fazer, e fazem bem, é quando se trata de abordar uma menininha na porta de uma escola pra ficar namorando ou abordar o dono de uma lanchonete para adquirir um lanche de graça, ahh... ia esquecendo, eles são peritos em ordenar que você diminua o volume do seu som. Pro resto, tamo f$@%&.


Legal o senhor governador cumprir sua promessa de campanha, mas se fosse pra colocar nas ruas qualquer tipo de guardinha, sem qualquer preparo e nenhuma habilidade, e dizer que é para segurança pública, eu preferiria ter sido tapeado novamente. Porque agora é assim, temos que ter medo dos bandidos, e os dos poucos polícias que existem, já que eles podem confundir suas costas com o pneu de uma moto (foi o que alegou o policial). Será que estou exagerando? É claro que estou, mas é o que pede a situação.

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